sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Não somos nuvens

Olha para as paredes em sua volta... Uma forte claustrofobia toma conta de seu corpo. A solidão passa por suas veias como o mais forte veneno de uma picada de cobra. A dor circula em seu corpo até chegar ao coração. O sintoma? Uma forte angústia, que lhe faz perder o ar, embrulhar o estomago, as extremidades adormecerem, chorar. Tenta achar o antídoto para tal dor, mas não consegue. Corre sem direção até chegar a uma praia. Deita sobre uma pedra. Sente a maresia bater em seu rosto, o sol refletir em seus olhos. A solidão grita em seu peito.
Olha para o céu, as nuvens são suas companhias junto ao som dos pássaros que voam sob sua cabeça. Assiste ao filme dos movimentos das nuvens. Elas seguem o caminho da esperança, nunca solitárias, mas ao mesmo tempo sempre sós.
Imagina-se no lugar delas, a vida seria melhor? Provavelmente. Viver sem limites; quando estiver cheio, só basta chorar, que em pouco tempo está pronto pra outra. Pena não ser assim. Agora o sol começa a se por. A lua, por sua vez, surge no começo do infinito oceano, o luar reflete no mar em seus olhos. Uma lágrima escorre pela sua feição. A forte dor agora amenizara. O melhor antídoto para a solidão é a própria.
É hora de voltar e encarar o mundo que te espera. Ao chegar a casa bate na porta, espera aquela pessoa vir sorridente lhe dar um abraçado, mas isso não acontece. Todos estão em silêncio. Corre para seu quarto, se tranca no banheiro e chora. Mas não é como as nuvens. A dor continua. A única coisa que lhe faz continuar é abrir o baú de suas memórias e lembrar-se de todos aqueles momentos. O filme deve continuar até que o diretor diga: Corta!